Se você puder se tornar um mestre da sua respiração você se torna mestre de suas emoções... O inconsciente prossegue mudando seu ritmo de respirar, portanto, se você se torna cônscio desse ritmo e suas constantes mudanças, você pode ficar cônscio das suas raízes inconscientes, do que o inconsciente está fazendo.
A respiração é freqüentemente automática e inconsciente, mas também pode ser um ato voluntário e consciente. A respiração pode ser enfatizada como instrumento para atingir qualidade na execução dos movimentos. O contrário também acontece, pois movimentos adequados com a região do tronco estimulam e ampliam a entrada e a saída de ar dos pulmões. Quando expiramos com mais força e colocamos as mãos na barriga, sentimos a ação dos músculos abdominais, que são os músculos que nos curvam para frente (flexão de coluna). A expiração facilita a mobilização da coluna em flexão. Desta forma, economizamos gasto energético e a execução do exercício é mais eficiente. Por outro lado, a inspiração profunda faz o peito subir e a coluna iniciar um arco para cima e para trás, essa respiração auxilia a realizar exercícios que exijam a extensão da coluna. A respiração profunda ou forçada otimiza a troca de gases O2 e CO2 e é um excelente treino para os abdominais. Quando bem desenvolvida, ela explora movimentos laterais, inferiores e posteriores da cesta torácica formada por nossas costelas, a coluna e o osso externo, na parte anterior. Quando essa troca é mais eficiente, o resultado é uma melhora do humor, da imunidade, da saúde dos mais diversos tecidos corporais, diminuindo a depressão, a irritação e o cansaço, tão comuns entre os que utilizam a respiração acessória como fonte principal.

A proposta é simples: Respire. Pilates dizia: se você não for capaz de fazer nenhum exercício apenas respire de forma completa. Fácil não é mesmo? Nem tanto.
Podemos pensar que não precisamos aprender a respirar porque fazemos isso desde que nascemos. Mas quantos de nós conhece a própria respiração? Quantos de nós já observou o seu padrão respiratório? Será mesmo que estamos respirando de forma que ela possa nos suprir de todo o oxigênio que necessitamos? Será que sabemos mesmo usar a respiração a nosso favor? Joseph Pilates, profundo conhecedor das práticas orientais e grande observador da natureza e dos animais, traduziu para nós ocidentais um pouco dos “mistérios” do oriente e assim podemos aproveitá-los na nossa prática diária.
A respiração é a única maneira de nos reconhecermos no presente, no aqui agora. Sem essa consciência não somos capazes da integração da mente com o corpo. É através da respiração fazemos essa integração. Mas afinal, como devemos respirar? De forma completa, possibilitando a troca do gás carbônico pelo oxigênio novo, que vai nutrir nossas células e possibilitar um alto nível de energia. Desnecessário comentar a importância da respiração durante a prática da corrida. Necessário, porém, é relembrar que a respiração vai muito além de levar oxigênio aos músculos através da circulação. Ela exerce papel fundamental na integração do corpo e da mente, na liberação consciente de tensões. Quando a respiração que acompanha nossos movimentos de corrida se torna suave e natural é porque certamente conseguimos coordenar vários movimentos numa sequência fluida e contínua. Quando movimentos complexos são dominados desta forma, não é mais necessário o controle consciente sobre cada detalhe. Porém, só a prática leva a perfeição. Quanto antes começarmos, mais sucesso obteremos. “Aprender a respirar corretamente é uma conquista mais difícil do que se imagina” (Joseph Pilates, Sua saúde, 1934).
A respiração completa nos traz de volta ao contato com nosso ser no momento presente, único local onde podemos modificar padrões que não nos favorecem. Antes de mudar, porém, precisamos reconhecer esses padrões e decidir por nossa vontade modificá-los.